segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Prova de trail running “Triangle Trail Run Adventure” decorreu no Pico, São Jorge e Faial este fim de semana!

AÇORES AFIRMAM-SE PELO TRAIL RUNNING
Prova de trail running “Triangle Trail Run Adventure” decorreu no Pico, São Jorge e Faial este fim de semana


Foto: Paulo Gabriel
O Azores Trail Run® - Triangle Trail Run Adventure, evento desportivo de Trail Running, regressou aos Açores para a sua terceira edição este fim de semana. O evento reuniu cerca de 150 participantes de 7 nacionalidades diferentes, que percorreram as três ilhas do triângulo em três dias (6, 7 e 8 de outubro).

Foto: Paulo Gabriel
Filipe Macedo, Diretor Regional do Turismo, acompanhou em permanência o último dia de prova, e na entrega de prémios referiu que “o Triangle Adventure está em linha com o conceito, com a estratégia que os Açores definiram: um destino de natureza por excelência. A prova decorre em três ilhas, com paisagens e aspetos culturais distintos, que contribuem para a construção da imagem dos Açores como um destino de experiências vivas, ativo e único no mundo”.

Também Mário Leal, diretor da prova, perspetiva para o arquipélago um crescimento turístico assente na modalidade, que cada vez mais atrai turistas de todo o mundo. “Esta é talvez a única prova no mundo que passa por três áreas com classificação UNESCO, Património Mundial, Reservas da Biosfera e Geoparque. O Trail Running é mais do que um desporto, é uma conexão dos atletas, dos participantes amadores, com a natureza, promovendo os trilhos açorianos, incentivando à economia local e promovendo uma ligação e interajuda única entre os habitantes das três ilhas, que se mobilizam, que se empenham em receber cada vez melhor quem participa nas provas organizadas pela Azores Trail Run®”.

Foto: Paulo Gabriel
O Triangle Trail Run Adventure é composto por três provas e faz parte do PROZIS CAMPEONATO NACIONAL DE ULTRA ENDURANCE e a participação vale aos atletas 4 pontos ITRA (Internacional Trail-Running Association). Os atletas podiam escolher em quantas provas participar, sendo que a grande maioria, cerca de 100 pessoas, fez a prova completa nas três ilhas.

Ao longo dos três dias de prova o podium foi disputado quase sempre pelos mesmos atletas, sendo de realçar os resultados da EDV Viana Trail nas três etapas e na geral final da prova. Entre as mulheres, as três etapas foram lideradas pela polaca Magdalena Lacsak da Salomon.

Destaca-se ainda a prestação de Dário Moitoso, jovem corredor faialense do CIAIA, que ficou em segundo lugar na subida à montanha do Pico, em terceiro lugar no Trilho das Fajãs em São Jorge e na Maratona dos Vulcões no Faial. Estas classificações deram-lhe um segundo lugar da geral da prova, ultrapassando o atleta Jérôme Rodrigues do EDV Viana Trail.

Resultados - Geral das três etapas
Femininos
1º - Magdalena Laczak (Salomon) - 12:15:34
2º - Fernanda Verde (EDV Viana Trail) - 12:38:35
3º - Lucinda Sousa (Gondomar Futsal Clube) - 12:40:21

Masculinos
1º - Ricardo Silva (EDV Viana Trail) - 10:09:20
2º - Dário Moitoso (CIAIA) - 10:28:58
3º - Jérôme Rodrigues (EDV Viana Trail) - 10:29:15

A organização conta com o apoio do Turismo de Portugal, do Governo Regional dos Açores, dos Parques Naturais do Faial, Pico e São Jorge, da Associação de Municípios do Triângulo, da Atlântico
Line, da SATA, da Fábrica Santa Catarina, da Cooperativa Finisterra, da Martipereira e da Click – Saúde e Bem estar. Dão apoio à organização cerca de 200 voluntários, no total das três ilhas.
:
1ª Etapa - Pico
O “Trail” Da Vinha à Montanha” transporta-nos numa viagem de cerca de 30Km, desde o nível do mar até ao ponto mais alto de Portugal, a Montanha do Pico, com 2351m de altitude. O trilho tem o seu início no Porto da Madalena, partindo em direção ao Lajido da Criação Velha, o coração da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, classificada em 2004 como Património da Humanidade, pela UNESCO.

À medida que aumenta a altitude, rumo à montanha do Pico, a paisagem da vinha deixa de dominar, dando agora lugar aos “maroiços”, gigantescos amontoados de pedra formando magníficas esculturas. Construídos com o objetivo de arrumar o excedente de pedra existente no solo, permitiram assim a plantação de árvores de fruto bem como de variadas culturas nestes locais.

Ao chegar à base da Montanha, por volta dos 1200m, entramos numa área de Reserva Natural do Parque Natural do Pico, também um geossítio do Geoparque Açores e uma área classificada como Zona Especial de Conservação da Rede Natura 2000.

2ª Etapa – São Jorge

As fajãs são o elemento que confere à orla costeira de São Jorge a sua singularidade, caraterizando-se por serem pequenos retalhos de terra plana encaixados entre as montanhas e o mar, que resultam do desabamento da encosta ou por arrefecimento de lava proveniente de uma erupção.
O “Trail das Fajãs” está assim pensado para as contemplar e permitir o contato direto com as diferentes realidades existentes, pois cada uma tem as suas caraterísticas distintas e únicas.
O trail, de cerca de 30 Km, inicia-se no complexo vulcânico mais antigo da ilha, na freguesia de São Tomé, percorrendo de seguida algumas fajãs da costa sul, onde se cultiva o inhame, a banana e o café (únicos lugares da Europa onde existe a produção de café devido à existência de microclimas favoráveis). O trail segue para o alto da colina para descer em direção às fajãs do norte, reconhecidas e classificadas pela presença de uma paisagem singular. Aqui integra-se a Fajã da Caldeira de Santo Cristo, um dos destinos turísticos mais procurados, principalmente pelos amantes do surf sendo este local um spot privilegiado para esta modalidade. As fajã da Caldeira de Santo Cristo e dos Cubres são também dois locais reconhecidos internacionalmente como Sítios Ramsar, pelo valor estético e paisagístico atribuído pela presença das suas lagunas costeiras, únicas no arquipélago. É na Fajã dos Cubres, junto à Ermida que termina esta 2ª etapa.

3ª Etapa – Faial
O “Trail dos Vulcões ” inicia-se no território mais jovem de Portugal, o Vulcão dos Capelinhos, autêntico cenário lunar onde é possível pisar terreno formado por cinzas, tufo e bombas vulcânicas com apenas 60 anos de idade, tendo como linha de partida o Porto do Comprido à cota zero, naquela que foi a principal e maior estação baleeira dos Açores entre 1940 e 1957. Sobe a península do Capelo onde atravessará 10 vulcões adormecidos, entrando na Levada, a maior obra de engenharia hidráulica da década de 60 nos Açores. Após percorrer 9 Km desta espetacular levada, atravessando pontes e tuneis, chegará à Caldeira do Faial, uma das maiores e mais espetaculares caldeiras vulcânicas que existem no planeta, percorrendo o seu perímetro. Daqui desce, por caminhos antigos, até à cidade da Horta, umas das mais belas baías do mundo.

Considerado pela Comissão Europeia como um Destino Europeu de Excelência, o Parque Natural do Faial está repleto de paisagens arrebatadoras, aves nativas, plantas únicas e formações geológicas emblemáticas, tudo rodeado por um magnífico mar azul, puro e vivo.